sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

BREVES CONCEITOS SOBRE O INSTITUTO DO CONCURSO PÚBLICO NO DIREITO BRASILEIRO

Blog PREPARANDO-SE PARA CONCURSOS, de autoria de Álaze Gabriel.


Autoria:
Luciana Costa Aglantzakis

RESUMO

O Presente artigo enfoca colocações que consideramos necessárias para um estudo inicial do estudo do instituto do concurso aplicado em relação às normas das constituições históricas do Brasil, bem como os seus conceitos básicos adotados pela doutrina do Direito Administrativo.

1.1. NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO PÚBLICO

O espírito histórico da necessidade do Concurso Público para provimento de cargos e funções públicas tem suas raízes históricas no século XIX., quando a Administração Pública , ou melhor, construção ou reconstrução da Administração Pública , constitui um outro momento fundamental do programa constitucional revolucionário. Tratava-se de uma reação contra a hereditariedade e venalidade dos cargos públicos e da afirmação do princípio de acesso aos cargos públicos segundo a capacidade dos indivíduos e sem outra distinção que não fossem as virtudes e talentos do indivíduo. Esse momento histórico é retratado pelo constitucionalista português CANOTILHO(1999:119), acrescentando, ainda, que os códigos civis Napoleônico( 1807) e o Português( 1867) “afirmavam desde já o princípio da igualdade nas relações jurídicas civis e que essa tendência seria fundamental para influenciar a legislação administrativa”.
Em termos práticos, isto significava que o exercício de cargos e funções públicas não poderia radicar em condições particularísticas de privilégios. Nasce, então, a possibilidade do provimento de seleção mediante concurso público, que segundo CRETELLA JÚNIOR( 1994: 461) “ se desenvolveu, na França, a partir de Napoleão, depois de renhidas lutas contra seus opositores, beneficiados por outros sistemas”.
Estes sistemas, ou meios, para seleção de funcionários públicos , no decorrer dos tempos, foram os seguintes: sorteio, compra e venda, herança, arrendamento, nomeação, eleição e concurso, que foram definidos por CRETELLA JÚNIOR( 1994: 455-460), resumidamente, da seguinte forma:

1- sorteio: meio utilizado na Antiguidade clássica, pelas Comunas Italiana da Idade Média e, em especial, pelos gregos de Esperta e de Atenas ficou famoso pelas circunstâncias especiais em que cargos de natureza política eram sorteados . Existia o sorteio puro( que se aplicava a pessoas que passavam pelo crivo de um processo seletivo) e o sorteio condicionado( aplicado a pessoas que reuniam determinadas condições apreciáveis dentre os que poderiam ser escolhidos para os cargos públicos);
2- compra e venda: consiste na alienação, pelo Estado a particular, a título oneroso, dos empregos públicos. Sistema utilizado na Idade Média, principalmente na França;
3- herança: também instituído na Idade Média, tratava-se de um sistema de ingresso nos cargos públicos por meio de hereditariedade;
4- arrendamento: meio pelo qual o Estado cedia cargos públicos aos particulares , por prazo determinado e mediante uma quantia arrecadada aos cofres públicos. Teve origem feudal;
5- livre nomeação absoluta: forma de designação para o cargo público efetuado por um só indivíduo, sem a interferência de qualquer poder;
6- livre nomeação relativa: a contrário da livre nomeação absoluta, este sistema perfaz-se em ato administrativo complexo, onde o ato para se tornar perfeito e acabado necessita da manifestação de vontade de um poder sob a aprovação de outro poder;
7- eleição: consiste a eleição na escolha do funcionário pelo sufrágio, direto ou indireto;
8- concurso: processo normal de provimento da maioria dos cargos públicos na época moderna. Série complexa de procedimentos para apurar as aptidões pessoais apresentadas por um ou vários candidatos que se empenham na obtenção de uma ou mais vagas e que submetem voluntariamente seus trabalhos e atividades a julgamento de comissão examinadora.

Descobrimos, então, que o instituto do Concurso Público coincide com o surgimento do Estado de Direito. Para chegar a esta conclusão faremos uma análise histórica do surgimento do Estado . Celso Bastos( 1994: 276-277), nos ensina que o primeiro período de vida da organização estatal apresentava como característica fundamental a concentração do poder nas mãos do monarca, era o chamado “Estado de Polícia ou Absoluto”. Nesse período não existia a carreira administrativa, nem garantias constituídas em favor daqueles que desempenhavam a função pública, cuja nomeação, permanência e dispensa dependiam exclusivamente da vontade do monarca. A função pública tinha características muito diversas. Era exercida por pessoas presas por laços de fidelidade muito forte ao monarca. De outra parte, os agentes exerciam suas funções de maneira ilimitada, o que acabava por fazer deles verdadeiros proprietários do cargo que ocupavam e do qual podiam usufruir livremente. Ao Estado de Polícia, CELSO BASTOS(1994) diz que sucedeu o Estado de Direito, que se caracteriza como o nome evidencia, pelo fato de submeter-se ao direito, entendido como algo acima de governantes e governados. Essa evolução, que se deu muito lentamente durante o século XIX, esboça o que hoje constitui a carreira administrativa. Nesse processo reconheceram-se certos direitos, próprios dos agentes públicos, assim como se delineou o sistema disciplinar a que deveriam submeter-se.
Nesse sentido, no Estado de Direito, consolida-se o princípio da legalidade, estabelecendo o que o Estado pode fazer e o que lhe é vedado praticar, surgindo o Concurso público como um procedimento administrativo submetido a esse princípio para atingir a filosofia da administração pública deste novo século.

1.2. CONCEITO DE CONCURSO PÚBLICO

CARVALHO FILHO( 2001: 472) nos fornece uma definição subjetiva deste instituto, vejamos:

“Concurso Público é o procedimento administrativo que tem por fim aferir as aptidões pessoais e selecionar os melhores candidatos ao provimento de cargos e funções públicas. Na aferição pessoal, o Estado verifica a capacidade intelectual, física e psíquica de interessados em ocupar funções públicas e no aspecto seletivo são escolhidos aqueles que ultrapassam as barreiras opostas no procedimento, obedecidas sempre à ordem de classificação. Cuida-se, na verdade, do mais idôneo meio de recrutamento de servidores públicos”.

MOREIRA NETO(1994: 202-203) já define concurso público, conforme o princípio da legalidade:

“O concurso, formalmente, considerado, vem a ser procedimento administrativo declarativo de habilitação à investidura, que obedece a um edital ao qual se vinculam todos os atos posteriores. O edital não poderá criar outras condições que não as que se encontram em lei”.

MEIRELLES( 1999: 387) entende que o concurso público é o meio técnico:

“Posto à disposição da administração pública para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoamento do serviço público e, ao mesmo tempo propiciar igual oportunidade a todos interessados que atendam aos requisitos da lei, fixados de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou do emprego, consoante determina o art. 37,II, CF”.

Acreditamos que para entendermos o conceito de concurso público – de uma forma mais completa - temos que levar em consideração dois sentidos, um objetivo e outro subjetivo. SOUSA( 2000: 21-22), explica esta observação, da seguinte forma:

“O primeiro diz respeito ao Poder Público, significando ser promovidos por entidades estatais e não por entes privados ou por pessoas físicas. Em sentido subjetivo quer dizer direcionado ao público em geral, ou seja, a todos aqueles que preencham, naquilo que nos interessa, os requisitos inerentes aos cargos, aos empregos ou às funções públicas que visa a preencher. Nesse raciocínio, é correto afirmar que o concurso público é o instrumento através do qual o Poder Público, lacto sensu, escolhe, objetivamente falando, dentre os inscritos, o candidato que mais se destacar na somatória das notas obtidas nas diversas etapas do certame”.

Analisando o instituto do concurso público, concebemos que se trata do instrumento que melhor representa atualmente o sistema de mérito de seleção pública na administração pública, sistema informado por princípios. MARCELO CAETANO, citado por CARVALHO FILHO( 2001: 473), nos ensina que o sistema de mérito traduz:

um certame de que todos podem participar nas mesmas condições, permitindo que sejam escolhidos realmente os melhores candidatos. Baseia-se o concurso público em três postulados fundamentais. O primeiro é o princípio da igualdade, pelo qual se permite que todos os interessados em ingressar no serviço público disputem a vaga em condições idênticas para todos. Depois, o princípio da moralidade administrativa , indicativo de que o concurso veda favorecimentos e perseguições pessoais, bem como situações de nepotismo, em ordem a demonstrar que o real escopo da Administração é o de selecionar os melhores candidatos. Por fim, o princípio da competição, que significa que os candidatos participem de um certame, procurando alçar-se à classificação que os coloque em condições de ingressar no serviço público”.

Esclarecemos, ainda, que os concursos não têm forma ou procedimento estabelecido na Constituição, mas é de toda conveniência, conforme MEIRELLES( 1997) que a administração pública faça uma regulamentação legal ou administrativa, amplamente divulgada, para que os candidatos se inteirem de suas bases e matérias exigidas como atos administrativos, devem ser realizados através de bancas ou comissões examinadoras regularmente constituídas como elementos capazes e idôneos dos quadros do funcionalismo ou não, com recurso para órgãos superiores.[1]
A administração tem liberdade para estabelecer as bases e critérios de julgamento do certame, desde que atente ao princípio da igualdade. Inobstante, vale ressaltar que há o parâmetro do “interesse público” nessas mudanças. Isto porque se a administração quiser alterar as regras , condições e requisitos de admissão dos concorrentes, deve ter por meta sempre o atendimento ao interesse público.
Nesse sentido, entendemos que os concursos devem dispensar tratamento igualitário e impessoal aos interessados. BANDEIRA DE MELLO  ( 1996:134), assevera que sem isto ficariam fraudadas as finalidades do concurso e cita que exames psicotécnicos estão sendo destinados a excluir liminarmente candidatos que não se enquadrem em um determinado “perfil psicológico”, quando na sua opinião deveria haver relatividade nestes exames, podendo ser considerados apenas como exames de saúde , devendo somente eliminar aos candidatos que apresentem “características psicológicas que revelem traços de personalidade incompatíveis com o desempenho de determinadas funções”.
Analisando o parágrafo anterior, é de bom alvitre destacar a finalidade do concurso público. Isso porque ela é que deve aferir se o certame está sendo realizado conforme seu conceito e fundamentos, para que não ocorram injustiças e discriminações. Nessa ordem de idéias, podemos destacar que a finalidade do concurso é assegurar igualdade de condições para todos os concorrentes, evitando-se favorecimentos ou discriminações, e , permitindo-se à administração selecionar os melhores candidatos ao cargo que estejam disputando..
É bom ressaltar, ainda, outros aspectos a serem considerados sobre esse instituto, até para que possamos compreender bem seu alcance no universo jurídico brasileiro:

1- os candidatos, mesmo que inscritos, não adquirem direito à realização do concurso na época e condições inicialmente estabelecidas pela Administração; esses elementos podem ser modificados pelo Poder Público, como pode ser cancelado ou invalidado o concurso, antes, durante ou após sua realização. ( MEIRELLES, 1999: 389);
2- a aprovação no concurso público não gera direito absoluto à nomeação ou à admissão, pois o aprovado tem simples expectativa de direito à investidura no cargo ou emprego disputado;[2]
3- caberá sempre reapreciação dos recursos administrativos no judiciário, bem como do resultado dos concursos. Nenhuma lesão ou ameaça a direito individual poderá ser excluída da apreciação do Poder Judiciário( CF, art. 5°, XXXV);
4- O concurso público pode ser de provas ou de provas e títulos( art. 37, II, CF);
5- o concurso público tem prazo de validade, para permitir a sua renovação e a candidatura de outros interessados. O prazo de validade é de até dois anos, prorrogável uma vez por igual período. Regra do art. 37, III, CF;
6- havendo sido praticado qualquer ato de investidura em cargo, emprego ou função sem observância do requisito concursal ou do prazo de validade, está o procedimento inquinado de vício de legalidade , devendo ser declarada sua nulidade ;
7- durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira[3]

O instituto do concurso público foi sendo concebido como provimento inicial democrático de acessibilidade à administração pública para os brasileiros, desde a Constituição de 1934( art. 168). “ Embora cronicamente sofismado, mercê de expedientes destinados a iludir a regra, não só foi reafirmado pela Constituição como ampliado, para alcançar os empregos públicos( CF, art. 37, I e II). Pela vigente ordem constitucional, em regra, o acesso aos empregos públicos, opera-se mediante concurso público , que pode não ser de igual conteúdo, mas há de ser público.[4] As autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista estão sujeitas à regra, que envolve a administração direta, indireta e fundacional, de qualquer dos poderes da União , dos Estados, do Distrito Federal e dos “Municípios”( STF: Mandado de Segurança n· 21322, de 3.12.92)”.
Apresentamos, no próximo item, deste capítulo, a evolução histórica deste instituto nas Constituições Brasileiras.

3. O CONCURSO PÚBLICO E AS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS

Neste tópico, procuramos mostrar as principais particularidades dos concursos públicos nas Constituições Brasileiras, no decorrer da história brasileira.
A Constituição Política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824, outorgada pelo imperador D. Pedro I, não tratou sobre o tema concurso público, tendo feito apenas vaga referência no seu Título VIII – que versa das disposições gerais e das garantias dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros – art. 179, inciso 14 “que todo cidadão pode ser admitido aos cargos públicos civis, políticos ou militares, sem outra diferença que não seja a de seus talentos e virtudes”.
A primeira Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891, também não previu em seus artigos nenhuma disposição acerca de concurso público. Citamos, entretanto, o seu artigo 73, que dispôs: “ os cargos públicos civis ou militares são acessíveis a todos os brasileiros, observadas as condições de capacidade especial que a lei estatuir”. No artigo 79 havia proibição de acumulação de cargos públicos entre Poderes distintos e eram vedadas cumulações remuneradas.
A Constituição de 1934, foi a primeira constituição brasileira a dispor sobre a previsão da acessibilidade dos cargos públicos por meio de concurso público. O seu artigo 168 e 170, rezavam em síntese que “sem distinção de sexo ou estado civil, observadas as condições que a lei estatuir” era prevista a acessibilidade, sendo o concurso público “a primeira investidura nos postos de carreira das repartições administrativas, e nos demais que a lei determinar(...)” .Dentre outras considerações , foi possível nessa Carta apenas Concurso aberto ao público na primeira investidura, a possibilidade de concurso interno, liberdade ao legislativo na escolha de quais cargos de carreira poderia haver concurso, estabilidade do servidor (após dois anos no serviço público, para os nomeados em virtude de concurso de provas; e , após dez anos de efetivo exercício, os demais servidores, art. 169), proibição de acumulação remunerada de cargos públicos, sejam eles ocupados na União, nos Estados ou Municípios.
[5]As Constituições de 10 de novembro de 1937 e 18 de setembro de 1946 praticamente acolheram a redação da Constituição de 1934. Inobstante, ficou vedada, na CF/46, a estabilidade aos cargos de confiança, e aos ocupantes de cargos que a lei declarasse de livre nomeação e exoneração.
A Constituição de 24 de janeiro de 1967 estabelece, em seu art. 95 , parágrafo primeiro, que “ a nomeação para cargo público de provas ou de provas e títulos exige aprovação prévia em concurso público”. Já o seu art. 95, prescreve que “prescinde de concurso a nomeação para cargos em comissão, declarados em lei, de livre nomeação e exoneração”.
A previsão da proibição de acumulação de cargos remunerados acabou para os aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo, cargo em comissão ou prestação de serviços técnicos e especializados. Nessa Constituição , também se dispôs segundo MEIRELLES, verbis:

“para os cargos públicos efetivos e a quase totalidade de vitalícios os concursos públicos só podem ser de provas ou de provas e títulos, ficando, assim, afastada a possibilidade de seleção com base unicamente em títulos, como ocorria na vigência da Constituição de 1946, que fazia igual exigência para a primeira investidura em cargos de carreira, silenciando, entretanto, quanto à modalidade de concurso” MEIRELLES( 1999: 388).

Saliente-se que até essa Constituição não se exigia concurso público para admissão nos empregos públicos e nem nas funções técnicas ou científicas, e os servidores celetistas não tinham direito à estabilidade.
A Emenda Constitucional n° 1 de 17 de outubro de 1969 , no seu artigo 97 voltou a exigir que somente a primeira investidura em cargo público dependerá de aprovação prévia, em concurso de provas ou de provas e títulos, salvo os casos indicados em lei.
A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, foi a que trouxe mais inovações acerca do tema, até porque foi considerada a Constituição cidadã e a mais democrática das constituições históricas brasileiras. Essa Constituição passou a exigir o concurso público de provas ou de provas e títulos para o ingresso nos cargos e nos empregos públicos( art. 37, Incisos I e II), com as seguintes exceções:

a) ingresso nos cargos em comissão( art. 37, II) ou nas funções de confiança( inciso V do art. 37), desde que seja servidor ocupante de cargo efetivo;
b) nomeação dos membros dos Tribunais (art. 73 § 2º, 94, 101,104,p.único,II, 107, 111, § 2º, 119,II, 120,III e 123);
c) aproveitamento de ex-combatentes da segunda guerra mundial( ADCT art. 93,I);
d) aos servidores contratados temporariamente com base no art. 37,IX, CF[6]
A doutrinadora DI PIETRO(1997: 311) fez o seguinte comentário jurídico sobre o inciso I do art. 37 da CF/88:

“O inciso I do artigo 37 assegura o direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas apenas aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, o que abrange nato e naturalizados. A norma é mais restritiva do que da Constituição anterior, que somente exigia a condição de “brasileiro” para o provimento do cargo e não estendia a norma às entidades da administração indireta; hoje abrange também funções e empregos públicos e alcança as entidades da administração indireta”.

Dentre outras inovações da CF/88, foi destinado um período básico para validade dos concursos de até dois anos, prorrogável por igual período( art. 37,III), proibição de acumulação[7] remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários de : a) dois cargos de professor ; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) de dois cargos privativos de médico. Com relação às proibições de acumulação por aposentados, a CF/88 vedou, no seu art. 40,§ 6º , a percepção de mais de uma aposentadoria de cargos públicos à conta do regime de previdência, ressalvadas as exceções acima elencadas; com a ressalva de que essa Carta Política não vedou acumulação de cargos em comissão com proventos.
Salientamos, também, que essa Constituição teve a preocupação de analisar e apresentar minuciosamente os efeitos jurídicos da estabilidade no serviço público, de acordo com o ingresso do servidor na Administração Pública.
Primeiramente, essa Constituição reza que os empregados de Empresa Pública e de Sociedade de Economia Mista ,sujeitos a concurso público[8] e regidos pela CLT não adquirem a estabilidade, por razão de seus serviços e que também não são sujeitos ao estágio probatório. Fundamentamos essa determinação constitucional, no seu art. 41, que prevê estabilidade no serviço público “após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de Concurso Público”.
O Ministro do TST, João Batista Brito Pereira, em entrevista ao Jornal Gazeta Mercantil do Amazonas, de 5.4.2001, explicou bem este comando constitucional, ao dizer que:

“só são beneficiados com a estabilidade prevista no art. 41 da Constituição os servidores públicos civis nomeados para cargo efetivo por concurso público, submetido ao regime estatutário, e ocupante de cargos públicos criados por lei. Assim, o empregado público, ainda que admitido por concurso público, se ingressar sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho( CLT), não se beneficia da estabilidade, já que se trata de emprego público, e não de nomeação para um cargo público, como define a Constituição”.

A estabilidade trouxe ainda as seguintes garantias aos servidores concursados para provimento de cargos públicos:

a) garantia do servidor de somente perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado( art. 41, §, I), processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa( art. 41 § 1º, II), ou mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da Lei Complementar, assegurada ampla defesa( art. 41,§ 1º, III);
b) previsão de que se o cargo for extinto ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo( art. 41 § 3º);
c) necessidade para a aquisição da estabilidade de uma avaliação especial de desempenho, por comissão instituída para essa finalidade( art. 41§ 4º, CF);

Dessa forma, destacamos estas colocações em nosso trabalho, que consideramos necessárias para um estudo inicial do estudo do instituto do concurso em relação às constituições históricas do Brasil, bem como colocações de seus conceitos básicos

BIBLIOGRAFIA

BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo.15a ed. São Paulo: Saraiva/1994.
BANDEIRA DE MELO,Celso Antônio. Discricionariedade e Controle Jurisdicional. 2a ed. São Paulo: Editora Malheiros(1996).
BRASIL. Nota Técnica n° 687, de 2000,19 jun. 2000. Análise da constitucionalidade formal do Projeto de Lei nacional( PLS 92/2000) dispondo sobre normas gerais relativas a concursos públicos. Obtida no Senado Federal, via ofício Gab/JB n°000339/01 do Gabinete do Senador Jorge Bornhausem.
BRASIL. Projeto de Lei n° 92/2000, sem data. Dispõe sobre normas gerais relativas a concursos públicos. Obtido no Senado Federal, via ofício Gab/JB n°000339/01 do Gabinete do Senador Jorge Bornhausem.
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 3a ed. Coimbra: Almedina(1998).
CARDOSO, Henrique Paiva e HERDY, Thais. Matéria: concurso não garante estabilidade a funcionário público. Seção Legislação e Tributos. Jornal Gazeta Mercantil do Amazonas, s.e. 5.4.2001.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 7a ed. Revista, ampliada e atualizada. Rio de Janeiro: Lumen Iuris( 2001).
CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Administrativo, 13a ed. Rio de Janeiro: Forense( 1994).
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 8a ed. São Paulo: Atlas ( 1997).
GRANJEIRO, J. Wilson. Direito Administrativo. 13a ed.,atualizada. Brasília: editora Vestcon(1999).
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. 24a ed. atualizada por AZEVEDO, Eurico de Andrade et alli. São Paulo: Malheiros( 1999).
SOUSA Éder. Concurso Público Doutrina e Jurisprudência. 1a ed. Belo Horizonte: Del Rey (2000)

NOTAS:

[1] O procedimento adotado pela Administração são os Editais Públicos, que devem obedecer à lei. Atualmente os editais obedecem a princípios constitucionais e algumas leis ou portarias de algumas categorias funcionais que elencam normas a serem obedecidas por estes editais. No âmbito federal, encontramos a Portaria n° 1731 de 4/6/97, que estabelece normas gerais sobre concurso público.
[2] Súmula 15,STF: “Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”.
[3] O STF em importante acórdão da lavra do Min. Marco Aurélio( Re n° 192.658, de 1996), concedeu direito de precedência para a nomeação de candidatos aprovados em concurso público em hipótese na qual a Administração fizera nomeação parcial e, chegando ao fim o prazo de validade do concurso, já se preparava para realizar novo concurso, sem nomear os que há haviam sido aprovados, embora houvesse vagas no quadro e a possibilidade de prorrogação( RDA 206/185, de 1996).
[4] Destacamos que há exceções para nomeação para cargos em comissão, sem concurso público, dentre outros a serem esclarecidos em outro item deste capítulo.
[5] Esta proibição excetuava os cargos no magistério ou técnico-científicos, que poderiam ser exercidos, cumulativamente, havendo compatibilidade de horários. Esta proibição também se estendia aos aposentados, que teriam seus proventos suspensos.
[6] A urgência caracterizada por situações eventuais e imprevisíveis justifica o interesse público na contratação de servidores sem concurso público. Estes servidores desempenham função pública e lei ordinária de cada federação define as hipóteses de contratação.
[7] O art. 37, XVII, CF/88 reza que a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações , empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente pelo Poder Público.
[8] Segundo lição de Celso Antônio Bandeira de Mello(1994), o concurso público não é obrigatório para as empresas públicas ou para as sociedades de economia mista destinadas, por lei, à exploração de atividade econômica, quando o concurso for desaconselhável em razão de não atrair profissionais especializados ou quando impedir o desenvolvimento de suas próprias atividades.








sábado, 2 de novembro de 2013

COMO SE PREPARAR PARA OS CONCURSOS PÚBLICOS

Blog Preparando-se para Concursos, de autoria de Álaze Gabriel.


Autoria: William Douglas.


Saber como se preparar é um dos grandes segredos para a aprovação em um concurso público. Avalie os seus conhecimentos, sua capacidade de compreensão das matérias, só assim poderá encontrar a melhor maneira de estudar: em casa ou em curso preparatório.
Estudar em casa tem suas vantagens e desvantagens. Talvez a maior vantagem seja a economia, sem contar a comodidade. Mas, é preciso ter cuidado com a qualidade do material didático escolhido, deve estar bem atualizado. O melhor é comprar apostilas específicas para o concurso que se vai prestar. Assim, não se corre o risco de estudar o que não interessa. Elas são elaboradas com base no último edital (atualizadas), têm toda a matéria e legislação exigida, exercícios, provas anteriores e gabarito comentado.
Outras dicas para quem for estudar em casa:

·       Consiga um lugar bem tranqüilo, o ambiente deve ser bem iluminado, arejado e silencioso, com mobília adequada (mesa e cadeira);
·       Organize seu material, separando-o por assuntos ou matérias;
·       Inicie por assuntos que você tem maior afinidade ou facilidade de assimilação;
·       Procure sempre manter um ritmo de estudo e faça resumos;

Se optar por fazer um curso preparatório, escolha uma escola reconhecida no meio, dê preferência por uma instituição que ofereça cursos regulares e não somente durante o período dos concursos. Os cursinhos oferecem dois tipos de curso: por "pacote" e por matéria. No primeiro, você se matricula para aprender todas as disciplinas da prova em um curto espaço de tempo. Bastante útil para as pessoas que nunca tiveram vivência com as disciplinas da prova, elas poderão conhecer todas as atualizações que poderiam passar despercebidas em um estudo individual.
Nos cursinhos por matéria, que têm uma carga horária um pouco maior, existe a oportunidade de se aprofundar. Ideal para quem já conhece bem a maioria das disciplinas exigidas e quer se atualizar. Há a possibilidade de optar por cursar uma, duas ou quantas disciplinas quiser. Assim, dá para escolher cursar apenas as matérias com mais importância (peso) para o concurso ou as que a pessoa tem mais dificuldade. Sai mais em conta, se o número de matérias for pequeno. Caso contrário, o melhor é optar pelo pacote completo.
Em cursinhos, plantão de dúvidas, atendimento e biblioteca são essenciais. No mais, programar as horas de estudo por dia, estabelecer horários e cumpri-los é fundamental para quem busca a aprovação em concursos públicos, mesmo se você está freqüentando o cursinho.

­No dia da prova
·       Conhecer o local de prova antes do dia é essencial.
·       Nos dias que antecedem a prova procure dormir muito bem e alimentar-se com moderação.
·       Um dia antes, certifique-se de ter separado tudo que vai precisar no dia seguinte.
·       No dia da prova, se for pela manhã, procure acordar com antecedência para dar tempo de seu corpo acostumar-se. Se for a tarde, procure distrair-se pela manhã, nada de atividades físicas fortes, estudar nem pensar!
·       Saia com bastante antecedência no dia da prova.
·       Procure usar roupas leves e confortáveis, você vai ficar sentado por várias horas.
·       Leve um relógio.
·       Leve uma garrafinha de água e coloque na sua mesa. Ajuda a hidratar e relaxar.
·       É bom levar alguma comida, dê preferência a alimentos leves e energéticos, como chocolate, frutas e barra de cereais. Evite comidas "barulhentas", como salgadinhos.
·       Comece por questões mais trabalhosas (matérias interpretativas e cálculos). A mente no início da prova está mais descansada, facilita na resolução de questões mais difíceis.
·       Se uma questão está difícil, passe pra outra, deixando uma anotação para que você volte e retome a questão. Saber administrar o tempo é imprescindível.
·       Deixe de 30 a 40 minutos para o preenchimento do cartão resposta. Resolva toda a prova e no final marque o cartão.
·       E o mais importante: mantenha a calma.


COMO PASSAR EM CONCURSOS PÚBLICOS

Quem já passou em concursos públicos fala como conseguiu ser aprovado.

Atenção, uma triste história

Marcos fez inscrição em um concurso em um importante órgão federal, órgão ainda conhecido como Cefet, apesar de não mais ter esse nome. Marcos gostaria de ocupar o cargo de professor na área de redes de computadores, mas o edital exigia pós graduação, o que Marcos não tinha. Por ser um ógão em sua própria cidade, Marcos mal esperou abrir as inscrições para fazer a sua. Ele estava acostumado fazer prova em outras cidades, gastando com transporte, alimentação fora de casa, chegando cansado para fazer a prova e todas desvantagens de quem faz uma prova fora do seu domicílio. Dessa vez era diferente, a prova certamente seria em sua própria cidade e o salário, ao contrário de muitos outros concursos que Marcos já prestou, era bem melhor e para trabalhar em sua própria cidade. Só para se ter uma idéia, seu salário seria multiplicado por quase três vezer e para fazer o que ele gosta, ensinar. Ver alguém aprender é para ele algo muito facinante, talvez por ter tido essa experiência muito cedo. Marcos iniciou-se no magistério aos doze anos de idade, isso mesmo, doze anos, naquele tempo menor podia trabalhar inclusive em órgãos públicos. Seu primeiro contato com a arte de ensinar foi em uma escola municipal, quando uma professora ficou doente e Marcos substituiu-a.
Bem, deixando nossa digressão vamos voltar à história do concurso que Marcos estava querendo muito fazer. O edital teve algumas alterações e uma delas foi a de que ele poderia fazer a prova para dar aulas de redes, mas ele ficou pensando se mudaria ou não sua inscrição. Ficou pensando que na inscrição feita de imediato poderia estar sua sorte, afinal ele quer melhorar seu salário há algum tempo. O tempo passou e ele não mudou. Diferente de outros concursos que Marcos fez a inscrição nos últimos dias e algumas vezes no último dia. Aquele concurso era diferente, Marcos não queria que acontecesse como já aconteceu com ele de perder o período de inscrição. Marcos é muito desatento e isso tem dado a ele algum tipo de prejuízo, como o supra citado.
O tempo foi passando e numa certa terça-feira Marcos decidiu pesquisar em qual dia seria sua prova. Marcos além de desatento também não lê o edital nem estuda. Para sua triste surpresa a prova havia sido no domingo anterior, dois dias antes de Marcos pesquisar o dia da prova. No edital inicial não havia o dia da prova, mas foram feitas alterações das quais uma delas era não exigir pós-graduação em redes e outra era estabelecer o dia da prova. Imagine só a tristeza de Marcos: fez a inscrição logo no início para não esquecer, depois não mudou nem fez outra inscrição para a área que ele preferia, perdeu o dia da prova. Depois Marcos pesquisou e descobriu que apenas quatro pessoas fizeram inscrição para dar aulas de redes, desses quatro um não compareceu no dia da prova, dos três que compareceram apenas um foi aprovado com cinquenta e dois pontos. Marcos avaliou que, com base em outras provas feitas recentemente para redes e no nível de dificuldade da prova, ele conseguiria uns sesssenta e seis pontos. A vaga poderia ser dele.

1.  Essa é a triste história de Marcos que, para quem já leu os outros textos, a dia o que está acontecendo;
2.  Não é necessário ser o primeiro a fazer a inscrição, mas não esqueça da data do encerramento para não perder a oportunidade;
3.  Tem um dito popular que diz que não devemos querer demais uma coisa e isso não superstição. Veja o meu caso, não quero dizer que isso dá azar, mas que a frustação é bem maior;
4.  Que isso sirva de lição para mim e para você que acabou de ler.





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A ARCA DE NOÉ PARA CONCURSOS PÚBLICOS


Blog PREPARANDO-SE PARA CONCURSOS, de autoria de Álaze Gabriel.

Disponível em http://preparando-separaconcursos.blogspot.com.br/

 

 

Autoria: William Douglas





·      Você deve conhecer a história da Arca de Noé. O mundo estava indo de mal a pior e Deus, vendo que Noé era um homem justo, diferente, avisou-o de um grande dilúvio que inundaria a Terra. Foram dadas todas as instruções para a construção de uma grande arca que pudesse salvar Noé, sua família e um casal de cada animal.

·      Noé, confiante na palavra recebida dos céus, inicia a construção e passa a ser objeto do escárnio de todos. Ninguém podia acreditar que viria uma chuva tão grande assim, e acharam que Noé tinha perdido o juízo. Noé suportou anos e anos de ironias e achincalhes, pois a construção não foi concluída rapidamente.

·      Contudo, quando a Arca finalmente ficou pronta, veio a chuva, por 40 dias seguidos e toda a Terra ficou inundada. Existem vários estudos e teorias sobre se a história aconteceu mesmo ou é apenas uma lenda, sobre como era a arca, onde ela está etc. Há explicações geológicas para a história, questionamentos, etc., e, em parte, crer que aconteceu é uma questão de fé. Por outro lado, há mais de 270 registros diferentes para essa história, em culturas e povos totalmente diferentes e espalhados por todo o mundo. Mas para o fim que pretendo, não importa se você acredita ou não que o fato aconteceu.

·      O que importa é que, na história, ou lenda, Noé passa muito tempo na Arca, mas salva sua vida e a de seus familiares, e a bicharada toda. Os concursos são muito parecidos com a história da Arca, acredite.

·      O mundo estava indo de mal a pior. Do mesmo modo, o concurseiro lida com uma série de problemas acontecendo no mundo e na sua vida. Há o desemprego, a necessidade de sustento, de estabilidade, etc.

·      É preciso alguém fora da média. Para entrar nesse desafio, a pessoa não pode ser alguém comum, que não quer mudar nada na própria vida. Se você está lendo este artigo, com certeza é uma pessoa que tem planos e está buscando caminhos para realizá-los. No mínimo, está se municiando de motivação para fazer o que tem que ser feito, e isto fica por conta dos meus outros colegas professores, que tratam das matérias que caem na prova. Mas você precisa estar inteiro para ir aprendê-las.

·      É preciso uma "inspiração". Noé foi movido por um Deus que, dos céus, lhe deu a missão. E você? Mesmo que não seja por ordem divina, espero que sua inspiração venha de cima, dos céus, do desejo por momentos, situações e condições melhores, mais altas. Descubra o que faz você se dispor a construir a sua arca.

·      Como construir a arca. Já existe disponível toda a informação necessária para se preparar, para aprender a se organizar, estudar, fazer provas e, claro, aprender as matérias que constam do Edital. Existe um "mapa " da mina, uma instrução sobre "como construir a arca". É só procurar as orientações e segui-las. Claro que esse "só" é uma tarefa trabalhosa e que demanda tempo, mas ainda é melhor do que não ter uma arca quando começar a chover.

·      Raramente alguém constrói sozinho, ou se salva sozinho. De um modo geral, fica mais fácil construir a arca quando você tem o auxílio da família, dos professores, dos livros, dos cursos. Se eu não tivesse ajuda nenhuma, não desistiria, mas se for possível buscar ajuda, por que desprezar esse elemento? Ao lado disso, quando você consegue sucesso, isso vai refletir-se na vida de todos os que estão ao seu redor e, espero, no melhor atendimento daqueles que forem precisar de sua competência, educação e honestidade quando você estiver atuando como servidor.

·      Oposição. Ninguém constrói nada sem oposição. Quanto maior o projeto, maior o número de pessoas que vai desconfiar, dizer que não dá,que é difícil. Pior que o debochado é aquele que se coloca como amigo, dizendo para não sonhar tão alto. Seja a forma que a oposição aparecer, reconheça-a: é oposição. Não pare a construção só por causa dela. O concurseiro é alguém que vê a chuva muito antes de ela começar a cair. É alguém que, aliás, começa a estudar muito antes de o edital ser publicado. Ele se antecipa, planeja e constrói, apesar da oposição. Disseram que Noé era maluco. Dirão o mesmo de você.

·      Toda construção leva tempo. Noé suportou anos e anos de ironias e achincalhes, pois a construção não foi concluída rapidamente. Na hora em que pensar nos prazos, recomendo reler os "mantras" e a lembrar da "inspiração", ou seja, de qual foi o sussurro que fez você querer construir a arca.

·      Muito bem, você precisa construir a Arca. A decisão de construir equivale à decisão de entrar de cabeça, de corpo e alma, nesse projeto. E, claro, entrar para ficar no "sistema" até conseguir o resultado pretendido.

·      Quando você ingressa no "sistema concursos" irá levar um tempo até construir a arca. Sofrerá oposição, terá dúvidas, pois assim como Noé construía sem ver nenhuma chuva, você passará muito tempo construindo sem ver o resultado. Às vezes, parece que quanto mais estudamos mais difícil fica, ou que as coisas estão se tornando mais complicadas na medida em que não somos logo aprovados. Mas é assim mesmo que as coisas funcionam.

·      E o que é a Arca? A Arca é o conjunto de atitudes, pensamentos, comportamentos, técnicas e conhecimentos que irão fazer você flutuar em meio à tempestade. É o conjunto de tudo o que você for aprendendo a fazer para sobreviver em meio à chuva, à inundação (de problemas, dúvidas, reveses) até que, depois de um tempo, a chuva passa, a água baixa, e você põe os pés em terra firme. E toma posse no seu cargo.

·      Então, depois disso, depois de Noé sair da Arca com sua família, havia todo um mundo novo para reconstruir. E assim será com você, que após a aprovação terá todo um novo mundo para conhecer, construir e aproveitar.

·      Portanto, aí vai a dica de hoje: Inspire-se, construa, persista, navegue. A chuva vai chegar para todos, mas quem tem uma boa arca é que vai passar bem por ela. Construa a sua.